Imagine que um de seus bisavós ou tataravós pudesse vir dar uma espiadinha aqui em nosso mundo nos dias de hoje. Você, então, o leva para dar um passeio na cidade: toda iluminada, com seus edifícios, automóveis, centros comerciais, supermercados e aparelhos como televisão, computador, telefone celular, aviões a jato e tantos outros. O que você acha que ele sentiria vendo isso tudo? Que “novidades” imagina que
mais o surpreenderiam?
Faça uma lista.
Muitas dessas novidades são fruto de conhecimentos científicos e de suas aplicações tecnológicas dos últimos tempos. Sem dúvida, os avanços da ciência, especialmente nos dois séculos passados, foram extraordinários,
trazendo inúmeros benefícios para a humanidade com tecnologias que permitem que nos movamos e nos comuniquemos com muito mais eficiência, prever e curar doenças, gerar enormes quantidades de energia, melhorar a agricultura, a indústria, explorar o espaço e conhecer melhor o
universo em que vivemos. Até mesmo nós, que vivemos neste século XXI, muitas vezes não conseguimos acompanhar a rapidez com que as
coisas evoluem. Mas, ao mesmo tempo, essas mesmas conquistas, junto com o crescimento populacional, trazem novos e graves problemas:
doenças que antes não existiam, armas de todos os tipos, sérios problemas urbanos, como o trânsito nas grandes cidades, inúmeras formas de
degradação do meio ambiente – como desmatamentos, poluição do ar e da água, produção de lixo atômico e muitos outros lixos… Não é à toa que se ouve muita gente dizer que o mundo está “perdido”. E também afirmar ou se perguntar:
Será que o mundo era melhor no tempo de nossos avós, bisavós, sem televisão, metrô ou comida congelada…? Será que a atual sociedade em que vivemos é melhor que as anteriores?
Discutir as vantagens e desvantagens dos conhecimentos científicos e suas aplicações, seus benefícios e riscos, envolve inúmeros fatores e pontos de vista.
Qual o papel de um cidadão comum, que parece não poder interferir nesses caminhos e descaminhos que o mundo segue?
Será que só nos resta esperar e assistir a tudo isso de braços cruzados? Ou será que podemos dar nossa contribuição, antes que seja tarde?
Seja qual for a participação de cada um, individual ou coletivamente, é preciso ter uma base de conhecimentos científicos para compreender melhor este mundo em que vivemos, suas transformações e conseqüências para nós e para as futuras gerações. Cada vez mais, isso é tão importante quanto saber ler e escrever. Afinal, sem compreender as coisas, não podemos nem dar palpite!
“No tempo em que Dondon jogava no Andaraí nossa vida era mais simples de viver não tinha tanto miserê não tinha tanto ti-ti-ti.”
Nei Lopes. No tempo de Dondon.